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do solo com sangue e flor

Este projeto é uma série de retratos dos feirantes do Campo de’fiori.

Campo d'e fiori é um  mercado romano localizado no centro de Roma.  É violento em sua essência.

 Há pelo menos cinco séculos  vem utilizado como mercado.  Era matadouro á céu aberto e local de inquisição. Dor e choro bestial/dor e grito pagão.  Foi exatamente lá que em 1600 o Papa Clemente VIII silenciou brutalmente  o filósofo Giordano Bruno num espetáculo público onde o queimou vivo. Este assassinato marcou para sempre o lugar: no meio da praça há a  estátua de Giordano Bruno que mantém o  olhar severo em direção à igreja de São Pedro e sugere  a atmosfera do desafio, da ciência, da filosofia e do infinito. Esta é a única praça em Roma, onde não há uma igreja. Faz com que o campo seja   um local popular de pensamento livre, onde a voz de Giordano de Bruno ainda parece ressoar, embora muito sutilmente nos ouvidos daqueles que estão lá diariamente.

Os ditos populares dizem que o derramamento de sangue de animais e homens mortos penetrados no solo do século XVII serviram como adubo ás flores que alí nasciam. Por isso o Nome Campo de’fiori. O sangue que alimenta a terra. A terra alimentada por súplicas mantém viva a natureza. Flores que chamam a liberdade. 

Esta é a atmosfera desses trabalhadores. As fotos mostram camadas da memória coletiva dentro de uma classe que se alimenta de imagens e sentimentos que lhe dão uma identidade. A memória parte de um presente influenciado pelo passado cuja percepção e a prossimidade é aquilo que sabemos mas que não nos pertence mais. 

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